quarta-feira, 27 de março de 2013

Administrando a perda.

Sou a mãe do Leonardo, poeta criador deste blog.
Após sua morte, ao mexer nas suas coisas achei muitos manuscritos. Alguns já publicados aqui, outros não. Nos últimos dias ele vinha escrevendo até em post-its, qualquer coisa que estivesse à mão.
Ele queria muito e estava sempre tentando divulgar sua produção poética. Então, em sua homenagem vou administrar o blog divulgando os trabalhos inéditos, fotos e eventuais vídeos que possam interessar.
Quem tiver qualquer dessas coisas, relacionadas à poesia dele, e puder e quiser compartilhar, por favor, manda pra mim para que eu possa divulgar aqui.
Morre o poeta, jamais a poesia.


2 comentários:

  1. Olá Angela, tudo bem? Sou um aluno do 1º ano do Ensino médio do colégio Piracicabano (Piracicaba-SP) e gostaria de publicar a poesia ''Samba de Convocação'' em um livro digital feito pelo colégio sem fins lucrativos, e preciso de sua autorização para o mesmo, já que o Leonardo não está mais conosco. Meu e-mail é: lukitoamaral@hotmail.com , aguardo sua resposta.

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  2. Olá Angela, conheci muito pouco o Leo, mas fui e continuo sendo fã da sua poesia. Tive o prazer de ter conversas maravilhosas com ele a respeito e quando ele fundou o blog, pediu para colocar de fundo uma foto que eu havia tirado na furg, que por acaso é essa que pertence até agora. Acredito em anjos e o Leonardo foi uma das pessoas mais encantadoras que conheci. Um amigo que a gente sente ser forte antes mesmo de muito conviver. Há uma música do Vander Lee chamada Alma Nua, e que sempre foi muito hino a meu respeito por eu também viver nesse mundo da poesia e do blog. Dedico-a ao Leo, porque vejo nela inteiramente cada característica que senti que pertencia a ele. Parabéns por ter colocado no mundo e no coração de tanta gente uma pessoa tão especial!
    Ó Pai
    Não deixes que façam de mim
    O que da pedra tu fizestes
    E que a fria luz da razão
    Não cale o azul da aura que me vestes
    Dá-me leveza nas mãos
    Faze de mim um nobre domador
    Laçando acordes e versos
    Dispersos no tempo
    Pro templo do amor
    Que se eu tiver que ficar nu
    Hei de envolver-me em pura poesia
    E dela farei minha casa, minha asa
    Loucura de cada dia
    Dá-me o silêncio da noite
    Pra ouvir o sapo namorar a lua
    Dá-me direito ao açoite
    Ao ócio, ao cio
    À vadiagem pela rua
    Deixa-me perder a hora
    Pra ter tempo de encontrar a rima

    Ver o mundo de dentro pra fora
    E a beleza que aflora de baixo pra cima
    Ó meu Pai, dá-me o direito
    De dizer coisas sem sentido
    De não ter que ser perfeito
    Pretérito, sujeito, artigo definido
    De me apaixonar todo dia
    De ser mais jovem que meu filho
    E ir aprendendo com ele
    A magia de nunca perder o brilho
    Virar os dados do destino
    De me contradizer, de não ter meta
    Me reinventar, ser meu próprio Deus
    Viver menino, morrer poeta

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