sexta-feira, 25 de maio de 2012

*Um pouco de Jim #2









Back door man - The Doors
Wha!
Yeah!
Come on, yeah.
Yeah, come on, yeah.
Oh, yeah..
Yeah, I'm a back door man.
I'm a back door man.
The men don't know,
But the little girl understand.
Hey, all you people that tryin' to sleep,
I'm out to make it with my midnight dream, yeah,
'Cause I'm a back door man.
The men don't know,
But the little girls understand.
All right, yeah.
You men eat your dinner.
Eat your pork and beans.
I eat more chicken
Than any man ever seen, yeah, yeah.
I'm a back door man.
The men don't know,
But the little girl understand.
Well, I'm a back door man.
I'm a back door man.
Whoa, baby,
I'm a back door man.
The men don't know,
But the little girls understand.

*Muito Foda #2




*O Avesso das Coisas (Drummond) #3




>S




Sol
-O Sol está a nosso serviço, mas não nos obedece.
-A arrogância do Sol torna insuportável contemplá-lo.




Solidão
-A solidão gera inúmeros companheiros em nós mesmos.




Soneto
-O soneto vinga-se dos versejadores recusando-se à forma impecável.
-Soneto: arma do poeta que se vira contra ele.






Sonho
-Não interprete o sonho; viva-o ou esqueça-o.




Sono
-O sono guarda nossas angústias e decepções para devolvê-las no dia seguinte.
-É um alívio sentir, ao acordar, que não fomos devorados pelo sono
-Não custa admitir que os criminosos se tornam inocentes durante o sono.




Superstição
-Os gregos criaram o Destino, só nos restando criar as superstições.




Surrealismo
-O surrealismo incorpora à consciência a negação da consciência.

*A flor da montanha

O Dia está no fim
E ele ainda pode voltar
Dane-se o que vão pensar
Porque ele ainda pode voltar
O maior causo de todos

E de que falava mesmo?
Ah, sim, de voltar
Mas mais importante
Que voltar ou não
É ter a possibilidade
De voltar

Mas nunca se pode voltar
Mas imagine só as possibilidades!!
De se esfumaçar por lembranças
Em um quarto vazio
Onde minha perna titubeava
E eu a balançar
No quarto escuro onde
Eu ascendera a luz
No fim de um dia
Longo e sem tempo

E de que falava mesmo?
Ah, sim, de possibilidades
De Pessoa
Que se cruzava na rua subida
Questionando a realidade
De um papel distante e passado
Atônito à perplexidade de si
Se perguntando sobre o céu
Atras da rapariga que olhava
De baixo da janela

Inspiração ou sentido?
Que faço de mim?
Nestes versos tão simples
Tão rasos e ventos ao cabelo
Numa paisagem ampla
Que distancia o olhar
E da linha ao que se pensa
Sobre qualquer cosia
Tudo sobre o que há
A mais no mundo

Sobre
Os ventos que regam
De flores o chão das árvores
Pra ver se entendamos
De que se trata tudo isso
Mas mais importante
Que compreender o sentido
É o verbo
Que se parece com o vento
Que só é enquanto sopra
E só sopra enquanto é

Mais importante
Que compreender o sentido
É entender o entender
De apenas ser enquanto é

E de que falávamos mesmo?
Ah, si, nem sei eu mais
Acho que de poesia
Que só é enquanto sopra
Apenas poesia
Como ventos a rugir
E versos a clamar

domingo, 20 de maio de 2012

*Chão gelado

Tantas coisas que meus olhos ja viram
Se fazem pequenas
Quando de fronte a tantas que verei
Neblina
E aqui
No chão dos meus pensamentos
Eu voo baixo a fazer metafísica
Não sei o que
Ao certo
Metafísica é
Mas só de pensar que faço
Já estou fazendo
Aqui
Nos campos de nuvens
Tão sonhos e reais
Até onde os olhos podem ver

Deito-me neste chão gelado
Sinto-me gelado e dormente
Até que me dissolvo no chão
E não sou mais gelado
Sou só o chão e nada mais
Nem pensamentos
Mas volto a tudo
Como quem abre os olhos
E enxerga realidades possíveis
Paralelas e invisíveis
Românticas e imaginárias...

*Inimigo íntimo

O mar
O universo
O fundo do universo
Que é muito grande para ideais
Versos e papéis
Canetas e tintas,
Cigarros e paisagens
Sentidos sem linhas
Linhas sem sentido
Emoções e olhares
Momentos e segundos
Brigas e altares
Tudo sem sentido
Desejos e prazeres
Desejos e lazeres
Desejos e dejetos
Desejos e sofrimentos
Guerras e interesses
Homens e interesses
Homens de guerra
Tudo sem sentido
Como coisas reias por fora
E vazias por dentro

Como um baú sem chave
Sem nada pra guardar
Um baú velho onde o silêncio se esconde
E o escuro se revira
Pra toda vez que abrir
Poder ser luz
Poder ser deus
Poder ser
Mas ainda sem sentido

A criação pela criação
O prazer pelo prazer
O prazer pelo desejo
O desejo pelo homem
O ser pelo ser



domingo, 13 de maio de 2012

*Eia! Salve a distração!


A bola preta surgiu no super-mercado, na sessão de bebidas. Explodiu, me sugando pelo peito para um plano alterno, onde tudo é fantasia cheirosa e poesia voadora. Sou o senhor dos planos, dos meus planos. Eia, guerreiro! Quem há como eu sou?! Quem mais golpes daria, com o tacape que iludia do ultimo sol. Eia, guerreiro! Quem há como eu sou?! Quem fritaria os pastéis da verdade? Quem abriria o baú da insanidade pra não comer pão?Eia, guerreiro! Fiquemos aqui, na sombra da montanha, na faca da visão distante, sob os destroços do castelo de tijolos de línguas, contemplando as impurezas da existência, de baixo do céu, exalando as flores da vida no ar. Eia, guerreiro! Quem há como eu sou?!

*Um pouco de Jim #1

Riders On The Storm The Doors


Riders on the storm,
Riders on the storm,

Into this house we're born,
Into this world we're thrown
Like a dog without a bone,
An actor on loan,

Riders on the storm

There's a killer on the road
His brain is squirming like a toad
Take a long holiday
Let your children play
If you give this man a ride
Sweet family will die
Killer on the road

Girl you gotta love your man
Girl you gotta love your man
Take him by the hand
Make him understand
The world on you depends
Or life will never end
Gotta love your man.

Riders on the storm
Riders on the storm

Into this house we're born
Into this world we're thrown
Like a dog without a bone
An actor out alone

Riders on the storm

Riders on the storm
Riders on the storm
Riders on the storm
Riders on the storm








*Confeitaria

-Mamãe! Mamãe! Eu quero um doce!

Eu quero uma bomba de chocolate
Para explodir nos pampas de cerração

Eu quero um biscoito de nata
Que me atire no peito um suspiro de pão

Ah não! Ah não! Não quero uva passa!
Só vocês gostam disso! Mas você já me mostrou tanta coisa...
(E de quase todas eu gostei)

Vamos na padaria daquela vida
Quando eu ainda tinha uma infância querida
(E ainda tenho)

Mas se não fosse por ti...
Que seria de mim sem as estrelas?
Que seria delas sem mim?
Acho que sou um deus, Hegel...
Afinal, filho de deusa, Zeus o é, não é mesmo?
Ou semi-deus? Tenho até uma fantasia de Hércules

Eu quero um beijinho
Pra ganhar meu dia de menino
Esquecer as estrelas no chão
E comer meu pavê de bolacha!


sábado, 12 de maio de 2012

*Ponto Fixo

O pequeno ponto partiu
Para pôr-se ponto fixo
Propondo fetiche para viagem parcial
Pondo-me desatento para tudo
Que não seu pequeno pé

"Pra mim é como se fosse outra coisa,
uma desconhecida ou um bicho
que faz parte da mulher.
Uma sensualidade harmônica
que completa as pernas."

*Muito Foda #1


quinta-feira, 10 de maio de 2012

*Dia de Sombra

O homem do peito vai quente
Segue sem jeito, sem gente
Com cara de sol e doente
Mordido de si em si mesmo
Como não sabe o que rege
E mutilando seu couro
E quente vai, sorridente
Batendo no peito sente
Bicho de raiva, me invente
Uma alavanca de luz.
Eu to estressado. Sei lá...
Mas não há ponto que prega
Todas quimeras que voam
Deixando azedo todo o ar
E cadê tudo de mim?
Eles estão todos longe
Então sou pouco, bem pouco
Sou quase nada, um broche
Que fura o peito de faca
Será que é o tempo fechado?
Espero que sim. Vem, sol,
Vem destapar essa sombra

*O Cassino

Jogue os dados
Gire a roleta
Faça seu jogo
Dê as cartas

"Winner, winner, chicken dinner!"

Esse é o Cassino!
Bem vindo ao Cassino!
Olha que nada melhor
Que uma cidade só nossa
Cheia de ruas e vielas tão nossas.
Uma cerveja, um copo de vodka
E quem é meu, lado a lado
É tudo que eu preciso

Vento e vento e vento
E vento e mais vento
Ó, meu Deus, onde já se viu
Ter tanto vento assim?
Pra que? Por que?
Pra dar risada, porque isso da lembrança.

Cadê todo mundo? Tá frio!
Alguém ai além de nós? Tá frio!
Será que tem festa? Sempre!
Sempre? Sempre!
Iluminadamente tranquilo
Nosso caminho de árvores infinitas
 Ó Cassino, nosso Cassino!


quarta-feira, 9 de maio de 2012

*O Avesso das Coisas (Drummond) #2




>P


Política:
-Em política, 2 e 2 podem ser 4, mas não é obrigatório.
-Os políticos enganam-se uns aos outros, persuadidos de que o fazem por amor à pátria.
-Por falta de opinião pessoal, o político invoca a opinião pública.
-Para cada tipo de situação política há um discurso pronto, de que se trocam as vírgulas.
-As figuras de arte egípcia servem de modelo a uns tantos políticos: nunca estão de frente.
-Certos políticos aprendem como andar velozmente de cócoras.
-Às vezes, nada mais distante do conceito de política do que um político.
-A ignorância, a cobiça e a má fé também elegem seus representantes políticos.

Ponte:
-Uma utilidade da ponte é dar abrigo aos miseráveis junto aos pilares.

Presente:
-O presente é uma ponte ilusória entre o que foi e o que virá a ser.

Professor:
-O professor tem direito de ensinar coisas que amanhã serão certas.

Planta:
-O único meio positivo de conversar com as plantas é compreender-lhes o silêncio.
-A mudez das plantas é resposta à algaravia dos homens.
-Resta saber se a planta, prisioneira no vaso, com direito a água e fertilizante, está feliz.

Poder:
-O Poder está sempre explicando que não pode tanto assim.
-O gozo do Poder é entremeado de cólicas.
-Quem sobe ao poder geralmente não sabe descer.



segunda-feira, 7 de maio de 2012

*Poema Drummondiano

Mundo, mundo, vasto mundo
Se isso tivesse melodia
Seria uma música e não uma escanção

Sonho, sonho, vasto sonho
Se isso fosse um tapete
Me levaria aos céus como um feijão

Horizonte, vasto horizonte
Que me cria silêncio
E afaga a cotidiana preocupação

José, José, vasto José
Se tu fosses José
Seria pouco, seria nada, em vão

Olhos, olhos, vastos olhos
Que te criam um ar
Que me fazem derreter, tesão

Eu, eu, vasto eu e eu
Que se vivesse em ventos
Beijaria a sétima estrofe da canção







domingo, 6 de maio de 2012

*Fotogênico

Eu to sempre bem
Mundo no vai e vem
O que importa é o riso
De quem quer lembrança
Quer sorriso e além
Me tirar? Nem vem!
Não vale um vintém!

Eu duvido e quero
De uma esquina e o mar
E daquela linha
A do fim dos olhos
Do tardar da noite
Estreita entre os becos
Infinita em praia
Da partida em sonhos
Cheiro de saudade
Com som de apreensão
E fazendo fotos
E retratos velhos
Mas que a pouco vieram
Me deixando bem
Mas bem eu to sempre
Sempre bem na foto
Sempre bem de fato
E na fita e sempre

-I'm sexy and I know it!


quarta-feira, 2 de maio de 2012

*Subterfúgio da menina

Perguntei pra menina se o problema era comigo
Ela disse que não
Mas é óbvio, nunca diria que sim
Por que haveria de dizer que sim?
Por que é sincera? Por que somo amigos?
Talvez tenha sido um acidente mesmo
A culpa não é minha

Arregaço de novo as mangas
Estão frouxas(as mangas)
E procura um cachorro comida entre as frestas das madeiras
Ou procuro eu?
E deita as costelas magras sobre as madeiras
Ou deito eu? Previsível como um barbante frouxo, que serpenteia, mas de destino certo
De novo de novo
O céu está lindo hoje
E talvez seja tudo que rejeito

Não sei o que é subterfúgio
O que são subterfúgios?
Preciso saber o que são subterfúgios...

*O eu-crú-de-hoje sobre o mundo

Hoje acordei como acordei outro dia
Mas em negativos
Vi tudo mais seco e sem estórias pra se contar
Apenas pequenos pesadelos
Que como os pingo da chuva(!!)
Me molham por todo, da cabeça aos pés
Tudo era um pouco mais cinza
Só o sol do lago é quem brilha hoje
Não vi romance, amém.
Tinha um vício
Tenho um vício
Tenho café
Tenho o café como um vício
Tenho um vício como o café
Não creio em deus, nem hoje.
Hoje acordei diferente como a cada dia
E esse caderno não é meu
Nem nada me é sujeito a posse
Mas tudo bem e ainda bem!
Pois é assim que deve ser
Se não for assim, não pode ser
(E como poderia? Impossível!)
Não deve, não teria graça
Como tem no final
Em que o vento e o sol
Pontuam a certeza de um fim
Qualquer fim, mas fim e sempre bom e tranquilo

E mais uma vez assim
Mais um nessa queda em parafuso
Com quem luto em todas as respirações
Inspira...expira...é assim
Pra sempre
Eterna sina que um dia vai me calar como um tiro certo
E essa boca escancarada cheia de dentes...
Um caro livro...amigo
Se senta ao meu lado, vem sozinho
Vem naturalmente
E eu nisso tudo?
Natural? Ou burocracia?
Ou palco? Ou natural?
Por isso que digo para me esconderem os bilhetes

E a abelha mais uma vez vem me temorizar
Por que? De novo?
Onde está o meu eu-homem?
É isso? É esse meu pensamento auto-reflexivo?
Acho que sim...
Uma música de requiem para um sonho

Mas não!
Não pode ser!
Sou mais!(Levantando)
Sou o calor, a força!(O peito aberto)
Olhos enquadrando céus e horizontes
Como queria que fotografassem...
Esse momento é bom
Como um cigarro...
As nuvens são bonitas hoje e apenas hoje
Como são quase todo dia
São loucas...

Oi, abelha! Olá! Como vai?
E a família? Tá boa?
Senta, tomemos um café e ascendamos um cigarro
Sob esse sol e o lago e o vento e o belo e o requiem
Senta naturalmente
Senta no palco?
Não, senta naturalmente
É que é como eu quero

Assim está bom.
As coisas não são mais que eu
Eu sou mais que as coisas
Acho que sou as coisas
Acho que sou como as coisas!
E eu nisso tudo?

-Assim está bom.






terça-feira, 1 de maio de 2012

*Hoje é Dia do Trabalho

>Trabalho: ato de trabalhar

-"O trabalho constitui ao mesmo tempo mais-valia e não-valia,conforme o ângulo de que o considerarmos."(Drummond);

-Fazer aquilo que não dá prazer.(Bíblia);

-Ato de imposição. Impor a si mesmo a função do dever;

-Ato de ausentar-se. Ausentar-se por até 8hrs diárias, e 44 semanais, do trabalho de pensar.(Estado);

-Ato humano;

-Sobreviver;

-Dar luz;

-Fruta;

-Vício;

-Estudar;

-Ato de ganhar dinheiro;

-Ato de sustentar a família;

Ato do pão-de-cada-dia;

-Ato de vender: lápis, caneta, borracha, idéias, o feriado, o tempo, o corpo, a liberdade, drogas, a dignidade, a alma, a Terra, o outro e tudo o quanto for possível. Ato do Capitalismo;

-Pensar;

-Andar de skate, apertar um botão, jogar futebol, lutar, fazer os instrumentos cantarem, escrever, falar, pintar, desenhar, arrumar, conversar, ouvir, obedecer, fotografar, atuar, rezar e etc;